quinta-feira, 12 de novembro de 2009



BRINCAR, MUITO MAIS QUE RECREAÇÃO



Muitos autores e educadores têm levantado a questão de que brincar não é apenas um jeito divertido de passar o tempo. Dentro da educação, brincar implica em vários aspectos importantes, que leva em conta a questão corporal da criança, a coordenação motora.
A ludicidade é um fator de extrema importância para a saúde mental do ser humano e merece uma maior atenção dos educadores, pois é a maneira que a criança encontra, desde seu nascimento, de se expressar e estar ligada com seu mundo, seu espaço. O lúdico possibilita a criança formar sua personalidade, onde ela passa a formar seus conceitos, seleciona idéias, estabelece relações lógicas, integra percepções.
De acordo com o artigo Brincar também é aprender, o autor cita a importância do lúdico, seja em atividades mentais ou físicas, pois possibilita à criança o conhecimento de seu próprio corpo, a discriminação de suas partes e controle sobre elas bem como a percepção das relações existentes entre seu corpo e os outros; a percepção do próprio corpo em relação aos objetos e à organização espacial e temporal; faz com que a criança vivencie situações que favoreçam a aquisição dos pré-requisitos necessários para um melhor desempenho na aprendizagem das técnicas de leitura e escrita.
As brincadeiras dentro da educação devem começar desde o maternal, e não deve parar por aí, indiferentemente da idade, tudo que é diferente, lúdico, inspirador, curioso, faz com que os alunos despertem suas habilidades que muitas vezes estão escondidas. Porém muitas escolas esqueceram ou não sabem que a brincadeira pode transformar o aluno, possibilitar a eles mostrar o que sabem fazer e transmitir confiança para que eles possam aprender.
Brincadeiras antigas, como bola de gude, cinco Marias, cantigas de roda, bilboquê, perna-de-pau, amarelinha, pular corda, cabo de guerra entre tantas outras, estimula o raciocínio lógico, a interação em grupo, fazendo com que o aluno, saiba a importância de ajudar, colaborar, ter espírito de equipe, e esses itens só vem a favorecer o desenvolvimento cognitivo da criança. Outro autor que é favorável ao lúdico e aos jogos, é Oliveira que cita:

“Muitas das dificuldades apresentadas pelos alunos podem ser facilmente sanadas no âmbito da sala de aula, bastando para isto, que o professor esteja mais atento e mais consciente de sua responsabilidade como educador e despenda mais esforço e energia para ajudar a aumentar o potencial motor, cognitivo e afetivo do aluno. Assim sendo, devemos estimular os jogos como fonte de aprendizagem”. (OLIVEIRA, 1997).[grifo meu]





Mas nem tudo pode virar brincadeira, pois o brincar deve ter seus objetivos, e a criança deve percebê-los. O brincar por apenas entretenimento, ainda mais em demasia, pode fazer com que a criança não desenvolva essas habilidades cognitivas, ela vão apenas ser muito boa em relação ao seu corpo, porém questões educativas devem ser trabalhadas para que a sala de aula não vire bagunça.
O desenvolvimento mental da criança ainda na Educação Infantil deve ser estimulada através de jogos, pois influenciará a criança no lado cognitivo e social, irá fazer com que interajam entre elas, conheçam seus corpo e aprendam a viver harmoniosamente.
Já no ensino fundamental, resgatar jogos antigos, trabalhar com cantigas, fazer competição em várias modalidades também é possível. Aliás, o jogo e o lúdico são possíveis em qualquer disciplina, desde a Língua Portuguesa até o Ensino Religioso. O diferencial é a forma com que o professor leva os conteúdos a seus alunos, e como ele faz para que seus alunos sintam-se motivados a aprender e a mostrar suas habilidades, sem medo, mas sim com a felicidade e a autonomia de um ser humano que mostre suas atitudes, suas vontades, suas verdades.




OLIVEIRA, Gislaine de Campos. Psicomotricidade. Petrópolis: Vozes, 1997.


PROFESSORA CÍNTIA FRANZ

quarta-feira, 4 de novembro de 2009